Mercado financeiro volta a elevar previsão do aumento custo de vida da população brasileira em 2021. Pela vigésima quarta semana seguida, as instituições ouvidas pelo Banco Central elevaram a expectativa de inflação para este ano. De acordo com a edição mais recente do boletim Focus, que é o documento do Banco Central que, semanalmente, traz as projeções do mercado sobre os principais indicadores econômicos do país, o custo de vida do brasileiro vai subir 8,35% este ano.
Na semana passada, a previsão estava em 8% e, há 4 semanas, a expectativa era ligeiramente superior a 7%. A previsão para 2021 se mantém, assim, acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC este ano.
A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, pela previsão atual do mercado financeiro, a inflação deve ultrapassar, e muito!, o limite superior, que é de é de 5,25%.
Entre os outros indicadores econômicos listados pelo boletim Focus, destaque também para taxa básica de juros. O mercado elevou a aposta em relação à Selic de 8% ao ano, na semana passada, para 8,25%. Lembrando que a Selic é a principal ferramenta do Banco Central para o controle da inflação. Quando está mais baixa, barateia o crédito, aquece o mercado e os preços tendem a subir.
Em patamares mais altos, o crédito fica mais caro, as pessoas poupam mais do que gastam, forçando queda nos preços.
A Selic está atualmente em 5,25% ao ano, mas o Copom se reúne nesta terça e quarta para definições sobre o novo ciclo e, como a inflação dos últimos meses tem pressionado o cenário econômico, a Selic deve subir pelo menos 1 ponto percentual, sendo fixada em patamar acima de 6%.